O primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, apresentou nesta segunda-feira (6) sua renúncia do governo ao presidente, Emmanuel Macron, poucas horas após o anúncio de formação de seu gabinete, em uma nova reviravolta na crise política que o país atravessa.
Em um breve comunicado, o Palácio do Eliseu informou que Macron aceitou a renúncia apresentada por Lecornu, o que abre as portas para diferentes cenários, incluindo a convocação de eleições antecipadas.
Os ministros em exercício cancelaram as agendas que tinham para esta segunda-feira, alguns deles fora de Paris, como o titular da Justiça, Gérald Darmanin, à espera das consequências da nova situação.
Tudo isso ocorreu apenas 13 horas após o presidente ter nomeado, no final do domingo, a composição de um governo no qual Lecornu trabalhava desde a sua nomeação em 9 de setembro, após a queda de seu antecessor, François Bayrou, um dia antes, em uma moção de confiança à qual quis se submeter.
Por trás desta demissão surpresa de Lecornu está a posição de um de seus componentes, o partido conservador Os Republicanos, cujo líder, Bruno Retailleau, manifestou na noite passada seu descontentamento com a composição do gabinete, no qual aspiravam ter maior presença, e convocou para esta manhã uma reunião de seu partido para decidir se abandonariam o governo.
Essa ameaça de abandono do governo, se tivesse sido cumprida, tornaria na prática impossível sua continuidade, tendo em conta que não contava, nem de longe, com uma maioria parlamentar.
Da oposição, o primeiro a reagir foi o presidente do Reagrupamento Nacional (RN), Jordan Bardella, que instou Macron a dissolver a Assembleia Nacional após a demissão de Lecornu.
“Não se pode restabelecer a estabilidade sem o regresso às urnas e sem a dissolução da Assembleia Nacional”, declarou Bardella na sua chegada à sede do partido liderado por Marine Le Pen.
“A contagem regressiva começou. Macron deve sair”, declarou nas redes sociais Mathilde Panot, líder do grupo parlamentar do partido de esquerda França Insubmissa, após constatar a derrota de “três primeiros-ministros em menos de um ano” à frente do governo.
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