A nova bola, a da Copa do Mundo de 2026, já tem nome: Trionda. É belíssima, bem diferente das dos anos 60 e 70, quando eu jogava. Em uma de suas deliciosas e inesquecíveis crônicas, Luis Fernando Verissimo contou que o menino ao ganhar uma bola de presente do pai perguntou: “Não tem manual de instrução?”.
Uma bola oficial, profissional, possui uma circunferência de 68 centímetros a 70 cm e um peso de 410 gramas a 450 g. Para alguns jogadores a bola fica mais pesada. O importante é tratá-la bem. Virou um clichê dizer que a bola procura o craque, o artilheiro. É ele que sabe antes dos outros aonde a bola vai chegar. Como sabe? Sabendo. A fantasia do craque transita pelo espaço imaginário entre a brincadeira e a seriedade.
Antes de gostar de futebol, a criança fica fascinada pela bola, pelo formato redondo. A bola deve ter surgido antes da roda. A forma esférica sempre fascinou as pessoas e está presente em todos os lugares, na natureza e na criatividade humana, como na obra do genial Leonardo da Vinci.
Segundo a teoria do Big Bang, a vida começou com uma bola de fogo. O químico inglês Harold Kroto ganhou o Premio Nobel em 1996 pela descoberta de uma forma molecular para o carbono, o fulereno, que tem o formato esférico. O mundo é uma bola.
Em junho do próximo ano, a bola vai rolar na Copa do Mundo, no México, no Canadá e nos EUA, se o reizinho Trump deixar. A seleção mais elogiada, a que trata de maneira melhor a bola, é a da Espanha, pelo talento individual e pela estratégia de domínio da bola e muita troca de passes, com eficiência.
Lamine Yamal, Pedri e Rodri —se o último recuperar a qualidade após uma longa ausência por contusão— estão entre os melhores do mundo. Há outros ótimos jogadores. Além de Espanha, Argentina, França, Portugal, Brasil, Inglaterra e Alemanha estão entre as candidatas ao título. Todas, incluindo a Espanha, possuem limitações em uma ou mais posições.
O futebol está cada dia mais ofensivo, prazeroso e com muitos gols. No meio de semana, houve muitas goleadas e excelentes partidas pela Liga dos Campeões. As equipes são intensas, compactas, adiantam a marcação e pressionam para recuperar a bola mais perto do outro gol.
Porém, há sempre um porém, às vezes deixam muitos espaços nas costas dos defensores para o contra-ataque. Não é raro jogos com muitos gols para os dois lados. Os times, cada vez mais, atuam com apenas um volante centralizado. Um ou dois meio-campistas marcam, constroem e atacam.
As equipes brasileiras ainda são hesitantes, sem saber se pressionam na marcação ou se recuam e tomam mais cuidados defensivos. A maioria ainda atua com dois volantes em linha que raramente avançam –como o Flamengo jogou contra o Racing, com Jorginho e Pulgar, mesmo sendo no Maracanã, na vitória por 1 a 0.
Existe também um temor excessivo de atuar com os defensores mais adiantados. Na derrota sofrida pelo Palmeiras contra a LDU por 3 a 0, havia enormes espaços entre os setores, pois os zagueiros jogavam muito recuados, quase dentro da área, deixando um vazio no meio-campo para o adversário ficar com a bola, trocar passes e chegar ao gol.
Nada está decidido. Não há mais favorito. Não ficarei mais surpreso se Racing e LDU disputarem o título da Libertadores.
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