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terça-feira , 11 novembro 2025
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juros ficarão a 15% por tempo “bastante prolongado”


O Banco Central (BC) afirmou nesta terça (11) que pretende manter a taxa básica de juros Selic em 15% ao ano por um período “bastante prolongado”, contrariando as críticas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão tomada na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada foi explicada na ata divulgada nesta manhã, que afirma que o colegiado busca levar a inflação para o centro da meta de 3% – a previsão para este ano é de 4,55% segundo o Relatório Focus desta semana.

Na ata da reunião do Copom, o Banco Central reconhece uma “moderação gradual da atividade” e uma leve melhora nas expectativas inflacionárias, mas alerta que o cenário ainda é desafiador com a inflação acima do teto da meta de 4,5% – mesmo já próximo disso.

“O Comitê dá prosseguimento ao estágio em que opta por manter a taxa inalterada por período bastante prolongado, mas já com maior convicção de que a taxa corrente é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, afirma o texto (veja na íntegra).

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A decisão do Copom vem na contramão das reiteradas cobranças do presidente Lula e de membros do governo, que nas últimas semanas, vêm pressionando pela redução dos juros. O petista chegou a dizer que a autarquia “vai precisar começar a baixar os juros”, em críticas diretas à condução da política monetária.

A ministra Gleisi Hoffmann (PT), das Relações Institucionais, também atacou o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, indicado do governo, enquanto que o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, buscou amenizar o embate e defendeu a atuação de seu ex-braço direito.

“E aí, Haddad, cai nas nossas costas, porque o Banco Central vai precisar começar a baixar o juro, porque todo mundo sabe o que nós herdamos e todo mundo sabe que nós estamos preparando este país para ter uma política monetária mais séria”, disse Lula em um evento no Palácio do Planalto.

Apesar das pressões políticas, o Copom manteve a Selic em 15% pela terceira vez consecutiva, o maior patamar desde 2006, durante o primeiro governo de Lula. O comitê justificou a manutenção com base na necessidade de uma política monetária “significativamente contracionista”, diante de uma inflação ainda resistente e de expectativas “desancoradas”.

“Os vetores inflacionários seguem adversos, como resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, expectativas de inflação desancoradas e projeções de inflação elevadas”, destacou o Banco Central.

As projeções da autarquia mostram que a inflação ainda deve superar o teto da meta em 2025 antes de recuar para 3,6% em 2026 e 3,3% no segundo trimestre de 2027 — horizonte considerado adequado para convergência. As previsões consideram a taxa Selic em 15% até o fim de 2025 e em 12,25% no final de 2026, segundo o Boletim Focus.

Incertezas fiscais

A ata do Copom também citou a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, aprovada no Congresso, como fator de incerteza fiscal, e afirmou que acompanhará os efeitos da medida sobre o consumo e a inflação, lembrando que “a estimativa é bastante incerta” e que pode vir a ajustar a Selic no futuro.

“O Comitê seguirá vigilante e não hesitará em retomar o ciclo de alta se julgar apropriado. Reafirmou-se o firme compromisso com o mandato do Banco Central de levar a inflação à meta”, ressaltou.

Outra mudança nas projeções é a expectativa de que as tarifas de energia elétrica terminem 2025 e 2026 com bandeira amarela, com cobrança extra, ao contrário do cenário anterior, que previa bandeira verde. O Banco Central avalia que esse novo cálculo tende a pressionar ligeiramente o custo de vida no curto prazo.

Mesmo com a leve melhora nas expectativas de inflação captadas pelo mercado, o Copom destacou que continuam acima do desejado. “Em um ambiente de expectativas desancoradas, como é o caso do atual, exige-se uma restrição monetária maior e por mais tempo do que outrora seria apropriado”, concluiu o comitê.



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