O fisiculturismo é um esporte que consiste em moldar o próprio corpo a partir do crescimento dos músculos e da perda de gordura. A análise dos competidores nesse esporte pode parecer subjetiva, mas há diversos fatores que fazem um atleta vencer seus adversários.
No geral, há três principais critérios: volume, definição e proporções. Ou seja, ao mesmo tempo que é importante ter músculos grandes, eles precisam de separação para que os juízes possam observá-los. Essa clareza só se torna possível devido à falta de gordura e de líquidos entre o tecido muscular e a pele dos fisiculturistas durante o campeonato.
As proporções referem-se à harmonia do físico, à simetria do atleta. Além de se apresentarem grandes e “secos”, termo que geralmente é utilizado, os fisiculturistas precisam ter um bom balanço entre todos os grupos musculares, bem como um lado igual ao outro. Ou seja, alguém que mostra braços muito mais desenvolvidos que as pernas, por exemplo, demonstra uma desproporção e pode perder pontos no campeonato.
Em entrevista à coluna, Tyler Manion –árbitro e vice-presidente da IFBB Pro League (International Federation of Bodybuilding & Fitness Professional League, que significa Liga Fitness Profissional da Federação Internacional de Fisiculturismo e Fitness)– aponta que, durante as competições, os avaliadores querem ver “o balanço desses fatores em cada pose”.
Geralmente, um juiz dá a vitória ao competidor que, em sua opinião, venceu mais poses. Entretanto, o sistema de pontuação não é atrelado automaticamente a essa dinâmica.
Na conversa, ocorrida durante a realização do Mr. Olympia Brasil 2025, o profissional também explicou que o padrão de físico exigido é diferente entre uma categoria e outra, e cada divisão tem seu critério principal: “Por exemplo, na Open, obviamente queremos ver volume, o tamanho dos músculos, mas também queremos ver um balanço agradável, simetria, boas proporções. Queremos ver condicionamento (…) Na Classic Physique, é muito importante que o atleta tenha proporções balanceadas e simetria. Claro que a quantidade de massa muscular que você carrega na sua estrutura também é importante, isso diferencia os fisiculturistas que estão no topo dos demais”.
Manion também discorre sobre essa dinâmica nas categorias femininas ao exemplificar as diferenças entre as duas divisões que, em sua opinião, são as mais populares no Brasil: “Na Bikini, queremos ver os membros superiores proporcionais aos inferiores, nos certificamos de que as atletas tenham o volume correto – ou seja, elas não podem ter músculos muito grandes. Na Wellness, a diferença é que as atletas precisam ter membros inferiores levemente mais trabalhados que os superiores”.
No total, a IFBB Pro League conta com seis categorias femininas –Bikini, Wellness, Fitness, Figure, Women’s Physique e Women’s Bodybuilding– e cinco divisões masculinas –Men’s Physique, Classic Physique, Open, 212 e Wheelchair– atualmente.
“O importante é você analisar os critérios e observar o visual dos físicos apresentados nessa categoria. Cada critério pode prevalecer a outro, dependendo da categoria”, conclui o vice-presidente da federação.
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