A final que havia subido no telhado depois dos jogos de ida nas semifinais desceu de escada e pegou o elevador para sustentar, com bravura, o empate na Argentina e, com magia, construir a goleada no Brasil. Chegou ao pódio.
Uma semana de redenções e de consagração.
Redenções de Hulk e Dudu, no Atlético Mineiro, também classificado para uma final continental, a da Copa Sul-Americana, em Assunção, dia 22 de novembro, contra os argentinos do Lanús.
Redenção do goleiro argentino Rossi, do Flamengo, que andava sob olhares desconfiados da Nação e que contribuiu com duas senhoras defesas para garantir a igualdade no El Cilindro —a segunda nos minutos finais e com o rubro-negro vítima de expulsão injusta do equatoriano Plata.
Redenção de Raphael Veiga, que a turma do amendoim e influenciadores neuróticos tinham na conta de acabado e que acabou, sim, mas com o jogo ao entrar no segundo tempo e fazer dois gols.
Aos que foram ingratos com Abel Ferreira só resta desejar que tenham um mínimo de caráter na próxima derrota.
E consagração de Allan, o ala que destruiu a defesa da LDU e lembrou Mané Garrincha, ou Julinho Botelho, no lance que originou o pênalti do 4 a 0. Se duvidar, o menino alviverde poderá ser a solução para a seleção, carente na posição.
Uma terça-feira em Belo Horizonte, quarta em Avellaneda e quinta em São Paulo de reconciliar quem estava brigado com o futebol. Que semana abençoada.
Quarenta mil torcedores em Minas, 53 mil em Buenos Aires e mais 40 mil em São Paulo lotaram os três estádios e viram tudo o que jogos de futebol podem oferecer.
No que toca à Libertadores, enfim o futebol nacional empata com o argentino ao chegar às mesmas 25 taças, e pela primeira vez o Brasil terá um tetracampeão continental no futebol masculino.
Não é pouca coisa.
Se a pirotecnia da torcida do Racing impressionou a todos, e impressionaria até Steven Spielberg, embora não tenha assustado o time do Flamengo, o respaldo incessante da massa palmeirense não ficou atrás, no intervalo inclusive, motivado pelo 2 a 0 ao final da etapa inicial.
O futebol está “golbalizado” a tal ponto que eram 17 jogadores que falam espanhol em campo quando o jogo começou no El Cilindro, seis pelo Flamengo. E outros 15 na casa verde, com dois treinadores de língua portuguesa, um, a original, no banco brasileiro, outro, à brasileira, Tiago Nunes, no equatoriano —aliás, tão assustado como o seu time.
O dinheiro faz diferença, e estamos diante da sétima decisão da Libertadores apenas entre brasileiros. Se as duas primeiras já estão longínquas, em 2005 e 2006, as quatro seguintes aconteceram de 2020 para cá.
Agora é torcer para que Flamengo e Palmeiras possam chegar inteiros à revanche da final em Montevidéu, em 2021, o dia da desgraça, na Gávea, de Andreas Pereira, hoje no Palmeiras.
Que Paulinho e Pedro estejam em condição de jogar.
Seria tão bom se a Conmebol tivesse um acesso de bom senso e transferisse para Brasília a finalíssima prevista para Lima.
Além de se livrar da turbulência política no Peru, que sentido faz ter uma decisão de dois times do mesmo país fora dele? Já não basta a macaquice do jogo único?
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