A Inglaterra se tornou a primeira seleção da Europa a garantir vaga na Copa do Mundo, e isso não é pouco. Seis vitórias em seis jogos, nenhum gol sofrido e classificação com duas partidas de antecedência.
Louvável. Mas, em um grupo de Eliminatórias com Albânia, Letônia, Andorra e Sérvia, não fez mais do que a obrigação. O desafio é daqui para a frente.
Começando pela escolha de jogadores de uma seleção que, como outras mundo afora, está tomando forma. Nesta convocação, o foco foi em quem não estava. Jude Bellingham, astro do Real Madrid, queria ir, mas não foi chamado. A ausência gerou a pergunta: dá para ganhar a Copa sem uma das estrelas do time?
O técnico Thomas Tuchel deixou no ar. É um déjà vu da novela Neymar na seleção brasileira e os constantes debates se ele vai ou não, com as devidas proporções. Bellingham tem 22 anos, está em um dos maiores clubes do mundo, operou o ombro em julho, mas, em breve, voltará ao alto nível. Neymar terá 34 na Copa, tem histórico de lesões e não joga desde 14 de setembro.
Se Bellingham ficou de fora da convocação anterior por causa da cirurgia, desta vez não houve motivo claro. O treinador disse que não queria mudar o grupo que já estava junto, acha que existe uma obsessão por Bellingham na imprensa, falou que não vai convocar quem não se encaixe na “nova identidade do time”.
É extremamente improvável a Inglaterra se dar ao luxo de ir ao Mundial sem um de seus atletas mais talentosos. Até porque está subentendido que o problema foi de comportamento. A resposta virá antes dos confrontos contra Albânia e Sérvia pelas últimas rodadas das Eliminatórias.
Assim como Carlo Ancelotti, Tuchel tem experiência e autonomia suficientes para deixar quem bem entenda de fora. “Não estamos trazendo apenas os mais talentosos. Estamos tentando construir um time. Equipes ganham troféus, ninguém mais”, disse.
O jogo coletivo é um dos motivos do sucesso da favorita ao título hoje, a Espanha. Foi deixando ego e individualidades de lado que Luis Enrique transformou o PSG em um time vencedor.
Além do debate se Bellingham e Neymar estarão nas listas finais, há outros pontos parecidos entre as duas seleções.
Ambas têm treinadores estrangeiros, respeitadíssimos, vitoriosos em clubes e comandando seleções pela primeira vez. Só que Tuchel é alemão. Dada a rivalidade histórica entre Inglaterra e Alemanha, seria como um argentino treinar o Brasil. Os dois chegaram em cima da hora –Tuchel começou a trabalhar em janeiro e Ancelotti foi anunciado em maio.
Na Europa, também existe a preocupação com a falta de rivais à altura, tornando muito difícil saber até onde seleções chegarão na Copa. No grupo da Inglaterra nas eliminatórias, a Sérvia está em 34º no ranking da Fifa, a Albânia, em 66º, Letônia, em 137º, e Andorra, em 174º. O Brasil enfrenta Senegal (18º) e Tunísia (46º) nos próximos amistosos.
Outra dúvida é sobre quais mudanças táticas serão necessárias diante do calorão do torneio no verão norte-americano.
Há quase um consenso na Europa de que Espanha, França, Argentina e Brasil são fortes concorrentes ao título, com Portugal e Inglaterra correndo por fora.
São tantas variáveis que é impossível cravar um favorito. O cenário, em breve, ficará mais claro.
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