O deputado Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e aliado do ditador Nicolás Maduro, disse na noite deste domingo (5) que o regime chavista notificou o governo dos Estados Unidos sobre um suposto plano para uma operação de bandeira falsa, na qual “explosivos letais” seriam colocados na embaixada americana em Caracas.
Segundo informações do site Efecto Cocuyo, Rodríguez relatou que o aviso à gestão Donald Trump foi feito por meio de “três canais diferentes” e que a embaixada de um país europeu também foi informada para que transmitisse o alerta aos Estados Unidos.
“Alertamos sobre esses eventos para que comuniquem a gravidade dessa informação”, afirmou o deputado chavista, que alegou que o ataque estaria sendo planejado por “setores extremistas da direita local”.
O termo bandeira falsa designa um ataque realizado com o objetivo de atribuir culpa a um inimigo.
Rodríguez alegou ainda que o regime venezuelano reforçou as medidas de segurança na Embaixada dos EUA em Caracas. A gestão Trump ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Os Estados Unidos retiraram todo o seu corpo diplomático da Venezuela em 2019, mas, segundo informações da agência Associated Press, a embaixada mantém uma equipe responsável pela segurança e manutenção das instalações no prédio em Caracas.
Desde que os Estados Unidos iniciaram, no final de agosto, uma operação no Mar do Caribe contra cartéis do narcotráfico (que já resultou no bombardeio de cinco embarcações com drogas perto do litoral da Venezuela), ação que o chavismo considera uma “desculpa” para uma intervenção militar no país, Maduro vem buscando uma aproximação com o governo Trump – ao mesmo tempo em que tenta se desvincular de acusações feitas por Washington.
No começo de setembro, o ditador enviou uma carta com uma proposta de diálogo ao presidente americano, na qual alegou não ter ligações com o tráfico de drogas, e também ofereceu “ajuda” para a captura de líderes do grupo criminoso venezuelano Trem de Aragua.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que Trump recebeu a carta, mas disse que o envio da mensagem não muda a posição dos Estados Unidos diante do regime chavista.
A porta-voz lembrou que Washington considera “o regime de Maduro ilegítimo, e o presidente Trump demonstrou claramente sua disposição de usar todos os meios necessários para deter o tráfico ilegal de drogas letais do regime venezuelano para os Estados Unidos”.
Ao mesmo tempo em que diz buscar diálogo, o regime de Maduro vem realizando operações e mobilizações militares e aumentando a retórica belicista.
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