O Palmeiras já tinha sido vencido pelo Bahia na casa verde, no primeiro turno do Brasileirão, por 1 a 0. Recuperar os três pontos era fundamental neste momento em que a briga pelo primeiro lugar está candente e em que o tricolor parecia em queda.
Ainda mais porque o Bahia jogaria sem seu principal jogador, o volante Jean Lucas, recentemente convocado por Carlo Ancellotti para a seleção brasileira. Não deu nada certo para os comandados por Abel Ferreira.
O gramado estava péssimo, só para retomar a discussão sobre o que é pior: gramado natural ruim ou artificial bom?
Aí, em menos de meia hora de jogo, o Palmeiras perdeu Lucas Evangelista e Piquerez machucados, diante de mais de 45 mil enlouquecidos torcedores tricolores.
Quando o jogo parecia se encaminhar para feio 0 a 0, eis que Ademir foi chamado por Rogério Ceni para voltar depois de lesão e fazer um golaço, em lançamento do goleiro Ronaldo. Daí por diante ficou impossível a reação alviverde e, na verdade, por muito pouco, já nos acréscimos, o mesmo Ademir não ampliou o marcador, ao desperdiçar o segundo gol.
Derrota dura, principalmente porque o Palmeiras dava a impressão de que havia entrado em momento virtuoso, tão bons foram seus resultados e desempenhos recentes.
Que tenha sido apenas acidente de percurso é só o que o palmeirense espera.
Santos de Vojvoda
Com treinador como o argentino Juan Vojvoda, e sem Neymar, o Santos dá sinais de recuperação. Jogou melhor que o Bragantino no empate por 2 a 2 e mereceu a vitória depois de sair perdendo, virar em quatro minutos com os gols dos argentinos Lautaro Díaz e Barreal, mas permitiu o empate.
Seja como for, já tem padrão, organização e, ao jogar com 11 sem um figurante, compete.
Pode significar, ao menos, a permanência na Série A, o que é pouco para o tamanho do Santos, mas muito diante de direção tão desastrosa.
Intolerância
Renato Gaúcho pediu demissão no Fluminense e desabafou contra as redes antissociais depois de ficar em quarto lugar na Copa do Mundo e ser eliminado da Sul-Americana.
Surpreendente que alguém tão experiente como ele se deixe levar pela idiotia revelada pela internet, mas o caso serviu para belíssimo artigo do jornalista Thales Machado, editor de Esportes do jornal O Globo.
Ele trata do que é chamado de “síndrome do vencedor inconformado”, aquele que não acumula crédito com as conquistas. “O clube deixa de ser comunidade, vira lanchonete, onde a frustração é tratada como falha no serviço”, escreve.
E arremata: “O futebol sempre foi feito de frustração. A alegria nasce justamente da raridade do triunfo. Sofrer junto, rir junto, se consolar no bar ou na arquibancada: essa sempre foi a essência. O pacto nunca foi de felicidade garantida, mas de pertencimento. Torcer é aguentar: vinte anos sem título, noventa minutos de sofrimento, a certeza de que a vida é mais perda do que ganho. É um contrato de sofrência, e não de consumo”.
É isso!
Ser campeão continental ontem e perder o campeonato estadual hoje se equivalem, em contabilidade odiosa que chuta para longe aquilo de mais sagrado no coração do verdadeiro torcedor: o sentimento de pertencimento.
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