By: in9web | Nathan
segunda-feira , 3 novembro 2025
| Cidade Manchete
Lar Economia China vai dar autorização especial ao Brasil para imporat chips
Economia

China vai dar autorização especial ao Brasil para imporat chips



Fabricantes brasileiros do setor automotivo poderão receber uma autorização especial do governo chinês para importar chips e evitar o desabastecimento do mercado nacional, que vem preocupando o setor. O gesto diplomático foi confirmado neste sábado (1º) pelo embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, à Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), após negociações conduzidas pelo governo brasileiro.

Segundo o comunicado, as empresas nacionais que enfrentarem dificuldades para importar semicondutores poderão solicitar exceção ao embargo diretamente à Embaixada da China em Brasília ou ao Ministério do Comércio chinês, que avaliará individualmente cada pedido antes de conceder a licença especial de exportação.

A medida surge em meio a um cenário de forte tensão global na cadeia de semicondutores. A crise recente foi agravada pela intervenção do governo dos Países Baixos na Nexperia, uma das principais fabricantes mundiais de chips automotivos, responsável por cerca de 40% do mercado global de componentes básicos usados em veículos, como diodos, transistores e reguladores de tensão.

A decisão holandesa, tomada sob alegações de segurança nacional, gerou reação imediata de Pequim, que impôs restrições à exportação de produtos da Nexperia fabricados ou processados em território chinês. O bloqueio afetou diretamente o abastecimento internacional de semicondutores, elevando o alerta de países que dependem fortemente desses insumos — como o Brasil.

VEJA TAMBÉM:

Mercado brasileiro depende de importações dos chips

No caso brasileiro, a dependência é quase total: o país importa praticamente todos os chips utilizados pela indústria automotiva. Segundo a Anfavea, cada veículo moderno produzido no Brasil utiliza entre mil e três mil semicondutores, empregados em sistemas que vão desde a injeção eletrônica e controle de freios até módulos de segurança e entretenimento.

Por isso, uma interrupção no fornecimento pode paralisar as linhas de produção em questão de semanas. A própria Anfavea estima que, sem reposição de chips, as montadoras teriam de suspender a produção em até três semanas.

O setor automotivo brasileiro, que emprega cerca de 1,3 milhão de pessoas e movimenta cadeias produtivas que incluem siderurgia, plástico e eletrônicos, acompanha com apreensão o desdobramento da crise. A abertura de diálogo com a China é vista como uma medida de proteção estratégica, tanto para garantir o fornecimento quanto para evitar impactos em cascata sobre o emprego e a economia.

O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou que o gesto chinês é “um passo positivo”, mas ponderou que ainda é preciso acompanhar de que forma o compromisso se materializará na prática. Montadoras com maior integração à cadeia de suprimentos chinesa, como BYD e GWM, tendem a ser menos afetadas, enquanto fabricantes mais dependentes de fornecedores europeus ou norte-americanos permanecem em situação de vulnerabilidade.



Source link

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Economia

Receita aperta o cerco ao aluguel com “CPF dos imóveis”

A Receita Federal intensifica o cerco à informalidade no mercado imobiliário com...

Economia

o cerco da Receita a aluguéis informais

A partir de 2026, proprietários que alugam imóveis informalmente enfrentarão um cerco...

Economia

Brasil deve propor aumento de fluxo comercial em acordo com Trump

O governo Lula discute internamente que propostas pode fazer a Donald Trump...

Economia

Reforma tributária e novas regras de investimentos

O cenário econômico brasileiro se agita com mudanças profundas que podem afetar...