Impulsionado pelo técnico português Abel Ferreira, no Palmeiras, a ponto de ter sido vendido ao Chelsea na última janela de transferências de verão, por cerca de 34 milhões de euros (valor que pode chegar a 61,5 milhões de euros mediante o cumprimento de metas), Willian Estêvão começa a se destacar no mais alto nível — e isso com apenas 18 anos de idade.
Na última quarta-feira, o jovem internacional brasileiro marcou um gol (de pênalti) na goleada por 5 a 1 sobre o Ajax, pela terceira rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Nada disso surpreende quem o conhece bem, como Daniel Simões, que trabalhou com ele nas categorias de base do Batista Mineiro.
“O treinador de futsal quase teve um ataque cardíaco quando viu o Estêvão em ação no primeiro treino. Eu cheguei na quadra da escola e vi o treinador — nunca vou esquecer as primeiras palavras que ele me disse, cheio de empolgação”, contou Daniel ao jornal britânico The Sun, neste sábado.
“Ele disse que o Estêvão era o patrão, controlando tudo, de norte a sul, de leste a oeste, durante o treino. Disse que nunca tinha visto nada igual: um garoto de oito anos dominando completamente a sessão com tanta confiança. Estêvão tinha uma inteligência e uma coragem incríveis com a bola”, continuou.
“O controle de bola dele era de outro mundo, e ele impunha o ritmo do jogo. Chegava até a comandar os companheiros em quadra, dizendo o que deveriam fazer. As decisões dele iam muito além do que se esperaria de um menino de oito ou nove anos. Para entender de verdade quem é o Estêvão, imagine um atleta profissional nessa idade”, completou.
“Como um extraterrestre com superpoderes”
Os elogios de Daniel Simões não pararam por aí:
“Todos dizíamos que ele era como um extraterrestre com superpoderes quando tinha a bola nos pés. Estêvão era um garoto feliz, sempre com um grande sorriso, mas, em campo, era puro foco. A atitude dele era algo fora deste mundo.”
“Fui eu quem o recebi, junto com a família, no primeiro dia. O Batista Mineiro é uma escola sem fins lucrativos e, quando Estêvão chegou a Belo Horizonte, eles não tinham condições financeiras para pagar os custos escolares. Na época, as mensalidades giravam em torno de 400 dólares, mas conseguimos uma bolsa para ele”, lembrou.
“Claro que ainda havia outros custos — livros, uniforme, alimentação e transporte —, que o agente dele cobriu enquanto orientava os pais. De manhã, ele estudava como qualquer outro aluno e, depois, treinava no Cruzeiro. Mais tarde, passou a treinar também com o nosso time de futsal à noite, duas vezes por semana”, acrescentou.
“Ele tinha uma rotina cheia, entre estudos e esportes, e também era um ótimo aluno — sem falar no talento inacreditável que já mostrava em tão pouca idade. Como estudante e atleta, era exemplar, tanto nas nossas instalações quanto quando representava a escola em torneios”, concluiu.
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