A Eletrobras anunciou nesta quarta (22) a conclusão do seu reposicionamento de marca três anos após ser privatizada e passará a se chamar Axia Energia. A antiga estatal brasileira de energia foi vendida em junho de 2022 pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e entrou no foco das críticas do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que chegou a manifestar o desejo de rever a desestatização.
De acordo com um comunicado ao mercado, a mudança do nome é um “novo capítulo em sua trajetória como a maior empresa de energia do Hemisfério Sul”, e que “nasce a partir de seu legado e representa a visão de futuro” da empresa com mais de 60 anos de existência.
“O nome AXIA, de origem grega, significa ‘valor’ e remete também à ideia de ‘eixo’, aquilo que conecta, sustenta e gera movimento. A nova identidade consolida o processo de transformação iniciado em 2022, que tem tornado a Companhia mais inovadora, ágil e preparada para responder aos desafios tecnológicos, regulatórios e de mercado”, afirmou o vice-presidente financeiro e de relações com investidores, Eduardo Haiama (veja na íntegra).
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Por outro lado, a mudança do nome, segundo a agora Axia, não terá qualquer mudança nos compromissos contratuais, empresariais ou regulatórios. Os códigos de identificação da empresa nas bolsas de valores de São Paulo (B3) e Nova York (NYSE) também serão modificados a partir do dia 10 de novembro.
“A iniciativa reflete a convicção de que o futuro da energia será construído por empresas sólidas, confiáveis e capazes de catalisar negócios que impulsionam o desenvolvimento econômico sustentável”, completou o comunicado.
Durante a campanha eleitoral de 2022 e, após assumir a presidência, Lula classificou a privatização da Eletrobras como um “escárnio” e um “retrocesso” no setor estratégico de energia.
“A privatização da Eletrobras, as pessoas não gostam que se fale, mas foi um escárnio nesse país que se fez em um setor estratégico como o setor de energia”, disse Lula em um evento oficial no ano passado. Ele emendou afirmando que “há muita gente nesse país que teima em retroceder”.
No começo deste ano, o petista conseguiu, em uma negociação com os acionistas, aumentar a participação do governo no Conselho de Administração da empresa, que foi alvo de fortes críticas de Lula. Se antes a União tinha uma cadeira em um conselho de nove membros, passou a ter três em um colegiado de dez integrantes.
No entanto, o poder de voto de 10% nas assembleias de acionistas foi mantido, mesmo tendo cerca de 40% das ações conforme estabelecido no modelo de privatização.
“A União poderá indicar 3 dentre os 10 membros do conselho de administração e 1 dentre os até 5 membros do conselho fiscal (e respectivo suplente), respeitadas as condições de elegibilidade previstas no Estatuto Social da Companhia”, disse a Eletrobras em um comunicado na época.
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