Um, praiano, talvez ainda seja o clube brasileiro mais conhecido pelo mundo afora, porque nele reinou Pelé, o brasileiro mais conhecido no planeta —e tomara que boboca algum, ou alguma, conteste a afirmação.
Outro, tricolor, o clube mais vencedor do futebol brasileiro, apesar de ser o mais jovem dos grandes.
O terceiro, alvinegro, o de maior potencial no país, simplesmente por ser o mais popular no maior mercado do Patropi.
Os três gigantes endividados até o pescoço e sem perspectivas, a curto prazo, de resolver situações tão aflitivas.
Em comum, gestões, ou de incompetência assustadora, ou de assaltantes, que os exploraram para resolver suas vidas.
O Corinthians, objeto de inquéritos policiais que envolvem os três últimos presidentes.
Um deles capaz de comprar apartamento avaliado em R$ 20 milhões na rua Leopoldo Couto Magalhães Júnior, no Itaim Bibi, sob interminável reforma, porque a mulher do elemento encrencado permanece insatisfeita com o resultado da obra que comanda com caprichos de nova rica.
Para piorar, o novo presidente, após o impeachment do anterior, preenche a diretoria com um monte de diretores que serviram gestões responsáveis pela falência.
No São Paulo, onde os sócios não votam para presidente, que tem a vantagem de ter a casa própria paga e rentável, propostas feitas por são-paulinos cujos interesses se resumem a salvar o clube são rejeitadas pelo atual monarca no trono, porque dono da maioria do Conselho Deliberativo.
Vítima de sucessivas mudanças estatutárias para ampliar o mandato de seus presidentes, o clube, que era visto como exemplar no século passado, não percebeu a mudança dos tempos e perdeu o bonde da História.
O resultado em campo, embora superior ao do rival da capital, pôde ser visto na última segunda-feira (29): derrota para o Ceará diante de apenas 12 mil torcedores.
Para piorar, quer vender a base a preço de banana.
OK, ao menos o PCC ainda o poupa.
E o Santos. Bem, o Santos…
O Santos é quem tem a situação mais difícil, porque de menor torcida e também com presidente recentemente apeado do posto por impeachment, além de outro que andou preso sob acusação de tráfico de drogas. O atual é mais do mesmo, incapaz de achar caminhos que conduzam o clube a buscar mais que evitar rebaixamentos.
Para piorar, quem não contribuiu nem com 10% do legado de Pelé submete a Vila Belmiro a seus desejos e lucra com a penúria santista.
Para evitar que a rara leitora e o raro leitor reajam com a cobrança da solução porque o diagnóstico do problema é conhecido, uma dica: achar quem faça o papel de mecenas, como o salvador do Palmeiras, é mais sorte que juízo.
Dificilmente aparecerá um bilionário corintiano, santista ou são-paulino, solteiro, herdeiro de parte considerável de grande banco, disposto a emprestar dinheiro a juros baixos para poder curtir a paixão trazida do berço.
Por nobre que tenha sido o gesto, é preciso mudar o modelo de gestão e não depender de salvadores da pátria, mas encontrar respaldo na massa torcedora.
Até para enfrentar ofensivas arrogantes, egoístas, divisionistas, como faz o Flamengo.
Que, no entanto, paga em dia e ganha campeonatos.
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