O ministro Luiz Fux não viu o vídeo exibido por Alexandre de Moraes para mostrar Jair Bolsonaro (PL) em ataques ao STF em um ato de 7 de setembro de 2021. Moraes fez uma intervenção de cerca de 20 minutos durante o voto de Cármen Lúcia em sua primeira manifestação depois de Fux votar para absolver seis dos réus do núcleo central da trama golpista, incluindo Bolsonaro.
Moraes pediu a palavra a Cármen Lúcia e respondeu a declaração de Fux, que havia dito que os ataques golpistas de 8 de janeiro foram atos de “turbas desordenadas”.
O ministro exibiu vídeos pela primeira vez desde o início do julgamento —ele havia feito isso em outras etapas do processo. Neste momento, Fux ficou de cabeça baixa, fazendo anotações. Depois, se levantou e deixou o plenário por alguns minutos.
“Ou esse ministro se enquadra ou ele pede para sair. Não se pode admitir que uma pessoa apenas, um homem apenas, turve a nossa democracia e ameace a nossa liberdade. Dizer a esse ministro que ele tem tempo ainda para se redimir, tem tempo ainda de arquivar seus inquéritos. Ou melhor, acabou o tempo dele. Sai Alexandre de Moraes! Deixa de ser canalha!”, diz Bolsonaro no vídeo exibido por Moraes.
Além de mostrar o material, Moraes fez comentários. “Se isso não é grave ameaça…”, disse o ministro. “Não é crime contra Alexandre de Moraes, é contra o Estado democrático de Direito”, afirmou.
Antes, Cármen Lúcia e Flávio Dino haviam tido um diálogo com indiretas a Fux, que votou por 12 horas na quarta-feira e não aceitou pedidos de intervenção de colegas. Dino pediu um aparte –como são chamadas as intervenções– a Cármen, que concedeu e disse ser “da prosa”. Ela também disse que ouviria a todos.
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